A campanha alcançou seu objetivo de US$ 1 bilhão, destinando recursos a fundos regionais liderados por indígenas e soluções baseadas na natureza. Entre os beneficiados estão o Fundo Amazônia, Fundo Legado Cacique Raoni, Soros Economic Development Fund, Legacy Landscapes Fund, Fundo Flora e Forest Threats and Fire Prevention Fund.

  • 31 milhões de hectares serão protegidos ou restaurados por meio de novos projetos de conservação, investimentos de longo prazo para proteger territórios indígenas tradicionais e iniciativas financeiras catalisadoras que apoiam esforços sustentáveis de restauração. Isso representa uma área do tamanho de 43 milhões de campos de futebol.
  • 18 milhões de pessoas serão impactadas por investimentos em capacitação tecnológica verde, maior acesso a energias renováveis e fortalecimento da resiliência climática. Desse total, 11 milhões terão acesso a energia limpa, apoio financeiro ou saúde; mais de 5 milhões receberão treinamentos técnicos em tecnologias verdes; e 2 milhões se beneficiarão diretamente de programas que aumentam segurança alimentar, restauram ecossistemas e impulsionam resiliência climática liderada pelas próprias comunidades.
  • Global Citizens realizaram 4,4 milhões de ações exigindo políticas arrojadas e investimentos para a Amazônia e suas comunidades — o maior número dos últimos 5 anos. 
A campanha do Global Citizen Festival continua impulsionando ações e preparando-se para os próximos desafios:
  • A Global Citizen segue cobrando do Reino Unido, Alemanha, França, Noruega e outras nações ricas compromissos concretos com políticas e recursos financeiros para apresentarem na COP30 em Belém, em novembro.
  • A campanha Scaling Up Renewables in Africa (SURA) avança para o Global Citizen NOW: Joanesburgo e a Cúpula do G20, em novembro, onde buscará compromissos transformadores para construir o futuro de energia limpa da África.
  • A Global Citizen também está avançando firme para atingir o objetivo de US$ 100 milhões para o FIFA Global Citizen Education Fund até a Copa do Mundo FIFA 2026, garantindo educação e acesso ao futebol para 30 mil crianças em situação de vulnerabilidade em todo o mundo.

Em 1º de novembro de 2025, Belém recebeu o Global Citizen Festival: Amazônia, o primeiro festival da Global Citizen na América Latina. 50 mil pessoas lotaram o Mangueirão, na porta de entrada da maior floresta tropical do mundo. O evento marcou o auge da campanha Protect the Amazon (Proteja a Amazônia), que garantiu mais de US$ 1 bilhão para a Amazônia e seus povos.

Ao longo do último ano, Global Citizens ao redor do planeta se uniram para proteger a Amazônia e suas comunidades. Juntas, realizaram 4,4 milhões de ações — o maior número em cinco anos — pressionando líderes mundiais, setor privado e filantropias a agirem pela maior floresta tropical do mundo. A mobilização gerou resultados concretos. Os US$ 1 bilhão arrecadados fortalecerão fundos indígenas e de conservação como Fundo Legado Cacique Raoni, Fundo Flora e Forest Threats and Fire Prevention Fund. No total, 31 milhões de hectares serão protegidos ou restaurados através de projetos de conservação, investimentos em territórios indígenas e financiamento para inovação sustentável.

Os compromissos beneficiarão diretamente 18 milhões de pessoas na região com energia limpa, capacitação em empregos verdes e resiliência climática para as comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas. Desse total, 11 milhões terão acesso a eletricidade limpa, infraestrutura sustentável, saúde ou apoio financeiro; 5 milhões receberão capacitação técnica em energias renováveis e empregos verdes; e 2 milhões se beneficiarão de programas de segurança alimentar, restauração ambiental e resiliência comunitária.

A campanha alcançou seu momento decisivo em Belém, reunindo artistas, ativistas e líderes indígenas para celebrar avanços e estimular mais ações pela Amazônia. Elemento essencial: a agenda e estratégia do festival foram desenvolvidas com uma coalizão de mais de 190 organizações da sociedade civil global e brasileira — incluindo comunidades indígenas e quilombolas — assegurando que as vozes mais impactadas permanecessem no centro da luta.

O Global Citizen Festival: Amazônia reuniu nomes consagrados da música brasileira e estrelas internacionais: Gaby Amarantos, Anitta, Charlie Puth, Seu Jorge e Chris Martin (Coldplay), com participações especiais de Gilberto Gil e artistas indígenas como Eric Terena com Arraial do Pavulagem, Kaê Guajajara e Djuena Tikuna. DJ Alok e Shawn Mendes também marcaram presença em vídeo. A apresentação ficou a cargo de Regina Casé, Mel Fronckowiak, Alane Dias, Hugo Gloss e Isabelle Nogueira, com participações de Rodrigo Santoro, Ricardinho, Markinho Pinheiro, Estêvão Ciavatta e Diego Scotti. O pré-show contou com Vivi Batidão, oferecido pelo Banco do Brasil.

O evento recebeu importantes lideranças políticas e comunitárias, incluindo a Primeira-Dama Janja Lula da Silva; as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima); o governador Helder Barbalho, que apresentou um histórico da campanha; o prefeito de Belém Igor Normando; a deputada federal de Minas Gerais Célia Xakriabá; a CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; Puyr Tembé (Secretária dos Povos Indígenas do Pará), Úrsula Vidal (Secretária de Cultura); Cássio Andrade (Vice-Prefeito de Belém e Secretário de Esportes); Matsi Matxïrï (líder Waura do Xingu), Luene Karipuna (jovem liderança indígena), Vanuza do Abacatal (líder política e espiritual do Quilombo Abacatal) e Juma Xipaia (Cacica da Aldeia Kaarimã, fundadora do Instituto Juma e produtora do filme "Yanuni").

O festival reuniu um grupo inspirador de defensores ambientais e comunitários, incluindo Jean Ferreira da Silva (Diretor Executivo do Gueto Hub e cocriador da COP das Baixadas), Angélica Mendes (ativista e neta de Chico Mendes), Hugo Loss (Analista Ambiental do IBAMA), Danicley de Aguiar (Greenpeace Brasil), Preto Zezé (Presidente da CUFA Rio), Ana Rosa Cyrus e Larissa Pinto Moraes (Diretoras Executivas do Engajamundo), e Claudelice Santos (ativista). Lideranças indígenas e quilombolas também marcaram presença: José Kaeté, Samela Sateré Mawé (bióloga e ativista), Priscila Tapajowara (Presidenta da Mídia Indígena), Silvia Rocha (ativista quilombola), Val Munduruku (Presidenta da Suraras dos Tapajós), Taily Terena (vencedora do Global Citizen Prize), Toya Manchineri (Coordenador Geral da COIAB), Catarina Nefertari (Amazônia de Pé) e Sara Lima (jornalista Pataxó). Essas vozes refletiram a missão do festival de amplificar representantes da linha de frente amazônica.

O Global Citizen Festival: Amazônia aconteceu semanas antes da COP30, a cúpula climática anual da ONU que será realizada em Belém, quando os olhos do mundo se voltarão novamente para esta cidade às margens da floresta amazônica. Será uma oportunidade histórica para líderes mundiais se reunirem no coração da floresta que pode definir o combate às mudanças climáticas. Uma década após o Acordo de Paris, em que nações prometeram reduzir emissões e apoiar comunidades vulneráveis na adaptação, a COP30 é o momento crucial para transformar promessas em ação concreta. O festival não só marcou o ápice da campanha Protect the Amazon, mas também pavimentou o caminho para ações ousadas na COP30, demonstrando que, para milhões de Global Citizens, não há tempo a perder. O momento de agir e investir no futuro do planeta é agora.

Transmitido exclusivamente no Brasil pela Globo, com cobertura ao vivo no Multishow e Globoplay, além de streaming global pelo YouTube e ViX para os EUA, México e toda a América Latina, o festival alcançou espectadores de todos os cantos do mundo.

Os ingressos foram disponibilizados aos moradores de Belém e do Pará por meio do aplicativo da Global Citizen, do site oficial e também via WhatsApp. A iniciativa reforça o modelo da organização, que promove o acesso a grandes eventos ao vivo por meio do engajamento em causas urgentes — como o combate ao desmatamento, a promoção de uma transição energética justa e o apoio a comunidades que vivem na linha de frente das mudanças climáticas. Com o objetivo de garantir um acesso equitativo ao maior número possível de pessoas, a Global Citizen atuou em parceria com o Governo do Estado do Pará e uma rede de organizações regionais para distribuir ingressos diretamente a povos indígenas, comunidades quilombolas e jovens da região amazônica. Entre os parceiros locais estão as Usinas da Paz, a SEPI, a Mídia Indígena, a COP das Baixadas, a REPAM e o Grupo Funtelpa.

O Global Citizen Festival: Amazônia foi apresentado pelo Banco do Brasil, com a Teneo no apoio institucional e a Re:wild na coordenação organizacional. No campo das políticas públicas, destacaram-se o Bezos Earth Fund e a Open Society Foundations como apoiadores estratégicos. A BB Visa atuou como patrocinadora oficial de meios de pagamento, enquanto a Cielo foi responsável pela experiência de pagamento durante o evento. O Governo do Estado do Pará apoiou a realização do festival como colaborador local. A produção ficou a cargo da Live Nation e da Rock World, com suporte adicional do Banco do Brasil e de instituições locais.

O grande encerramento da campanha “Protect the Amazon” da Global Citizen

Dentro do estádio, a atmosfera foi de pura energia durante toda a noite, reunindo artistas, ativistas e cidadãos em uma celebração dos avanços conquistados — e, ao mesmo tempo, reforçando o chamado urgente por ações em defesa da Amazônia, localizada a poucos quilômetros dali. Mais do que um grito de alerta, o festival marcou o encerramento da campanha Protect the Amazon (Proteja a Amazônia), que atingiu marcos importantes nos meses que antecederam o Global Citizen Festival. Ao longo de toda a campanha, a floresta Amazônica — um dos ecossistemas mais vitais do planeta e um dos maiores reservatórios naturais de carbono, capaz de absorver mais CO₂ do que emite — permaneceu no centro das atenções.

A Global Citizen lançou oficialmente sua campanha de ação climática há quase um ano, no Rio de Janeiro, durante o Global Citizen NOW: Rio de Janeiro — encontro realizado em parceria com a Presidência do G20 2024 e com o apoio do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, marcando a primeira edição da série de conferências na América Latina. A ambição da campanha Protect the Amazon (PTA) foi proporcional à magnitude do desafio: até hoje, representa o maior movimento já promovido pela Global Citizen para proteger o planeta e as comunidades mais impactadas pelas mudanças climáticas.

A campanha Protect the Amazon (PTA) teve foco na Amazônia, reconhecendo o papel vital das florestas tropicais como ecossistemas essenciais para a sobrevivência do planeta. Ainda assim, essas áreas enfrentam ameaças crescentes em todo o mundo. O desmatamento e as mudanças climáticas colocam em risco não apenas os chamados “pulmões do planeta”, mas também 30 milhões de pessoas que vivem na região amazônica — incluindo as comunidades indígenas que protegem e conservam a floresta há milênios. Quase uma década após a assinatura do histórico Acordo de Paris — tratado internacional que visa limitar as emissões de gases de efeito estufa e manter o aquecimento global abaixo de 2 °C —, os avanços permanecem lentos. O que se viu até agora foram muitas promessas e poucas ações concretas.

O foco da campanha na Amazônia brasileira veio após anos de defesa contínua e parcerias fortes na região, trazendo compromissos importantes feitos nos palcos da Global Citizen ao longo desse tempo. Em 2021, antes do Global Citizen Live, a banda de pop-rock Coldplay uniu forças com a Re:wild e o Center for Environmental Peacebuilding (CEPB) para mobilizar Global Citizens a apoiarem ações climáticas mais fortes em todo o Brasil, após mais de 30 mil incêndios devastadores na Amazônia. Usando sua influência, o Coldplay — junto a milhares de Global Citizens — direcionou esforços a oito governadores de estados amazônicos, pedindo compromissos concretos para proteger esse ecossistema vital. A mobilização deu resultado: seis estados brasileiros responderam ao chamado, anunciando medidas como a redução de emissões de gases de efeito estufa, a implementação de planos estaduais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a designação de mais de 1,7 milhão de hectares como territórios protegidos, além de iniciativas para proteger mais de 300 comunidades indígenas isoladas em toda a região.

Dois anos depois, durante o Global Citizen Festival de 2023, o governador do Pará, Helder Barbalho, assumiu o compromisso de proteger 1 milhão de hectares de terra até 2025. No ano seguinte, em 2024, ele retornou ao festival e anunciou que 500 mil hectares já haviam sido oficialmente designados como áreas protegidas — atingindo, assim, metade da meta estabelecida — e informou ainda que 200 mil hectares de terras indígenas ocupadas ilegalmente seriam devolvidos aos seus legítimos guardiões. Além disso, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também se comprometeu a remover madeireiros, garimpeiros e agricultores ilegais de sete territórios indígenas e a implementar dez novos planos de gestão territorial e ambiental antes da realização da COP30.

Outra notícia empolgante veio com o anúncio da ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, que divulgou novas restrições à expansão das atividades de petróleo e gás na Amazônia, confirmando que essas medidas serão incorporadas à próxima Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país, no âmbito do Acordo de Paris. Ela também se comprometeu a conduzir o primeiro diálogo histórico entre todas as nações amazônicas, com o objetivo de discutir, de forma conjunta, medidas concretas para a eliminação gradual das atividades ligadas a combustíveis fósseis na região. Esses compromissos mostram como a liderança política e a cooperação internacional, impulsionadas pelo engajamento cidadão, têm potencial para gerar um impulso real e consistente em favor de uma ação climática legítima.

Foi por isso que a campanha Protect the Amazon (PTA) concentrou seus esforços em três pilares principais de políticas públicas e prioridades: acabar com o desmatamento até 2030, acelerar uma transição energética justa e afastada dos combustíveis fósseis, e apoiar as comunidades na linha de frente da crise climática. Com o endosso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a campanha também contou com o apoio da parceira organizadora Re:wild, dos parceiros de políticas públicas Open Society Foundations e Bezos Earth Fund, da colaboração estratégica da Teneo, além da orientação essencial de uma coalizão formada por mais de 190 organizações da sociedade civil. Ao longo da campanha, a Global Citizen mobilizou governos, filantropos, empresas e a sociedade civil para assumirem compromissos ousados — tanto financeiros quanto políticos — em defesa do clima. A iniciativa também teve como prioridade amplificar e colocar no centro a liderança indígena e local em todas as etapas, alinhada à convicção da Global Citizen de que a ação climática só será verdadeiramente eficaz se colocar as comunidades mais vulneráveis às mudanças climáticas no centro das decisões e soluções.

A campanha manteve o ritmo ao longo do ano, com paradas estratégicas e eventos importantes em diversos continentes, reforçando a urgência de colocar a Amazônia no centro das discussões sobre políticas climáticas globais. Com uma ambição clara — mobilizar US$ 1 bilhão para proteger e restaurar a floresta amazônica —, a iniciativa lançou um forte chamado à ação, direcionado a governos, empresas e lideranças globais: quem detém poder precisa assumir responsabilidade e agir antes que seja tarde demais. O alerta é contundente: em toda a região amazônica, o desmatamento avança em ritmo acelerado, com a perda estimada de dez campos de futebol de floresta por minuto — uma destruição que ameaça não apenas um dos ecossistemas mais biodiversos do planeta, mas também a própria estabilidade climática global.

Para intensificar ainda mais os esforços, a Global Citizen lançou apelos direcionados a líderes globais — incluindo os governos do Reino Unido, Alemanha, França, Noruega e de outros países ricos — pedindo a renovação e ampliação de seus compromissos financeiros com a Amazônia, reconhecendo a responsabilidade compartilhada na proteção do futuro do planeta. Com a COP30 oficialmente marcada para acontecer poucos dias depois, em 10 de novembro, em Belém, a Global Citizen reforçou o chamado à comunidade internacional: é hora de transformar promessas em ações concretas, garantindo a preservação da Amazônia para as próximas gerações, junto com os sistemas climáticos que ela sustenta em escala global.

Amazônia mobiliza compromissos e reforça ação coletiva internacional

Ao longo do ano, a campanha manteve um progresso constante até chegar à sua culminação no Global Citizen Festival: Amazônia. No lançamento oficial durante o Global Citizen NOW: Rio de Janeiro, a Protect the Amazon (PTA) começou com força total: o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, anunciou a continuidade do apoio do país ao Fundo Amazônia do Brasil, com um compromisso de US$ 60 milhões, em reconhecimento à eficácia do fundo no apoio aos esforços brasileiros para conter o desmatamento na floresta. “Preservar a floresta amazônica é uma das medidas mais importantes do mundo para enfrentar os impactos das mudanças climáticas”, declarou o primeiro-ministro Støre. Ele acrescentou: “A Noruega apoia a iniciativa brasileira há muitos anos. As contribuições norueguesas ao Fundo Amazônia ajudam a proteger um dos ecossistemas mais essenciais do planeta.”

A campanha só atingiria oficialmente sua metade do caminho em julho de 2025, durante o Global Citizen NOW: Amazônia, realizado em Belém. Na ocasião, a aceleradora de startups Axcell anunciou um investimento de R$ 25 milhões (cerca de US$ 4,5 milhões) em novos negócios no estado do Amazonas, voltados para gerar impacto positivo nas comunidades locais e contribuir para a preservação da floresta. O evento também marcou o lançamento oficial da parceria da Global Citizen com a Sound Future e a Stashrun, em um esforço para unir o poder dos eventos ao vivo, da tecnologia e da ação cidadã em apoio à campanha Protect the Amazon. A meta é viabilizar o financiamento necessário para proteger e restaurar até 3,5 milhões de árvores e mais de 7 mil hectares de floresta, por meio de projetos de agroflorestamento e conservação liderados pela Re:wild.

Poucos meses depois, na preparação para o Global Citizen Festival em Nova Iorque, realizado em 27 de setembro, os compromissos em defesa da Amazônia ganharam ainda mais impulso. Dias antes, durante o Global Citizen NOW: Impact Sessions, o Suriname — o país mais florestado do mundo, com 90% de seu território coberto por florestas, totalizando 14 milhões de hectares — reafirmou o compromisso de manter esse status. A presidente Jennifer Geerlings-Simons anunciou que o país pretende adotar, até o final de 2025, a Lei de Gestão Sustentável da Natureza — uma legislação histórica voltada para ampliar a proteção legal das florestas e avançar no reconhecimento e na salvaguarda dos direitos territoriais dos povos indígenas e tribais.

Para reforçar esse compromisso, uma coalizão de organizações filantrópicas — incluindo a Rainforest Trust, Re:wild, Andes Amazon Fund, Liz Claiborne Foundation e Art Into Acres — anunciou um aporte de US$ 20 milhões destinados à criação e gestão de novas áreas protegidas, sempre em parceria com atores locais e com foco na geração de empregos sustentáveis para comunidades indígenas e tradicionais. Com esse apoio jurídico e financeiro, o ministro das Relações Exteriores do Suriname, Melvin W. J. Bouva, anunciou no palco do Global Citizen Festival que o país terá condições de proteger permanentemente 90% de suas florestas, demonstrando como uma nação pequena pode assumir protagonismo, ao combinar desenvolvimento econômico e conservação ambiental para garantir o futuro do planeta. 

Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um compromisso histórico de US$ 100 milhões, canalizados por meio do programa Amazonia Forever, com o objetivo de apoiar ações de conservação e desenvolvimento sustentável em toda a região amazônica. Desse total, US$ 25 milhões serão destinados a investimentos em bioeconomia e projetos de adaptação climática, com foco em beneficiar comunidades indígenas, afrodescendentes e ribeirinhas. Os US$ 75 milhões restantes serão direcionados ao Fundo de Segurança Hídrica do BID, com a finalidade de aumentar a segurança hídrica e a resiliência em algumas das comunidades mais vulneráveis da Amazônia.

Durante o mesmo evento, a organização Everland anunciou ter garantido com sucesso US$ 135 milhões em Cartas de Intenção, com o objetivo de viabilizar financiamento estável e de longo prazo para iniciativas de conservação florestal lideradas por comunidades indígenas na Amazônia. Financiar diretamente essas comunidades é essencial, já que, embora os povos indígenas representem apenas 6% da população mundial, eles protegem 80% da biodiversidade remanescente do planeta. Além disso, a Thistlerock Mead Company — a primeira vinícola de hidromel com emissão líquida zero dos Estados Unidos — mostrou como pequenos negócios podem gerar grande impacto, ao assumir o compromisso de proteger 1 milhão de acres da Amazônia até 2027 e de arrecadar US$ 10 milhões para ações de conservação, em parceria com a Global Citizen, a Re:wild e uma coalizão de outras organizações parceiras.

Enquanto isso, a Rewilding Argentina e o Onçafari anunciaram o lançamento da Jaguar Rivers Initiative, com um investimento de US$ 26 milhões. A iniciativa tem como objetivo proteger, restaurar e reconectar ecossistemas em mais de 250 milhões de hectares da Bacia do Rio Paraná e do Pantanal, abrangendo territórios da Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai. O projeto busca garantir espaço e liberdade para o deslocamento da fauna silvestre, com destaque para a preservação da onça-pintada, ao mesmo tempo em que promove meios de vida sustentáveis para comunidades locais, unindo conservação da biodiversidade e desenvolvimento socioeconômico.

Compromissos assumidos no palco do Global Citizen Festival: Amazônia

Juntos, os compromissos firmados ao longo dos 12 meses de campanha representaram um avanço significativo rumo aos objetivos da Protect the Amazon. Após o Global Citizen Festival em Nova Iorque, já haviam sido garantidos US$ 345,5 milhões, em direção à meta de US$ 1 bilhão. Mas ainda restava uma lacuna considerável a ser preenchida. Foi por isso que, no Global Citizen Festival: Amazônia, os parceiros se uniram com mais urgência do que nunca, assumindo compromissos que levaram a campanha até a linha de chegada — atingindo a meta e consolidando um marco histórico na luta pela proteção da floresta.

Diretamente do palco, lideranças e ativistas anunciaram quase US$ 700 milhões em novos compromissos para proteger a maior e mais vital floresta tropical do planeta e fortalecer as comunidades que a chamam de lar — ultrapassando, com folga, a meta de US$ 1 bilhão da campanha. Esses investimentos representam muito mais do que cifras: são um reflexo de ações concretas que serão implementadas para proteger as florestas tropicais, construir sistemas de energia mais sustentáveis e apoiar as comunidades que há milênios protegem os ecossistemas do nosso planeta.

Protegendo florestas e eliminando o desmatamento

A Amazônia está no coração do sistema climático do nosso planeta — armazenando bilhões de toneladas de carbono, regulando os padrões de chuva em todo o mundo e ajudando a manter a temperatura global sob controle. No entanto, as ameaças crescentes do desmatamento, da exploração industrial e da falta de vontade política colocam a floresta em rota acelerada rumo a um ponto irreversível. Isso significa o risco real de que suas densas florestas tropicais se transformem, um dia, em um ecossistema mais seco, semelhante a uma savana — com consequências devastadoras para o clima global e para a vida em todo o planeta.

A Everland anunciou que está liderando uma coalizão global de parceiros que já garantiu US$ 160 milhões em Cartas de Intenção para apoiar os 20 primeiros projetos indígenas de conservação florestal em áreas estratégicas da Amazônia — ampliando o compromisso anunciado durante o Global Citizen NOW: Impact Sessions, em setembro, com mais US$ 25 milhões. Planejados para gerar benefícios sociais e ambientais duradouros, esses projetos têm potencial para mobilizar mais de US$ 1 bilhão em recursos para a região na próxima década. Até o momento, iniciativas que representam cerca de 90 mil indígenas e comunidades tradicionais, em um território que abrange 17 milhões de hectares da Amazônia, já manifestaram interesse em participar.

Cada iniciativa seguirá o Equitable Earth Standard, um novo modelo inovador que prioriza o protagonismo das lideranças locais e assegura benefícios diretos às comunidades, transformando de forma concreta a maneira de se fazer conservação e reconhecendo o papel central dos povos indígenas como verdadeiros guardiões da floresta. Esse trabalho só é possível graças a uma aliança poderosa: a Everland atuará lado a lado com as comunidades, no desenvolvimento e implementação dos projetos; o BNP Paribas contribuirá com ferramentas financeiras inovadoras para ampliar o alcance dos investimentos; enquanto a Panthera e a Forest Trends agregarão conhecimento técnico essencial em conservação e biodiversidade, fortalecendo ainda mais cada iniciativa. O anúncio foi feito ao vivo por Concita Sompré, ao lado de Ricardo Guimarães, CEO do BNP Paribas Brasil; Thibault Sorret, CEO da Equitable Earth; Nicia Coutinho, diretora da Forest Trends Brasil; e Gerald Prolman, presidente executivo da Everland.

Outro destaque importante veio com o anúncio do presidente do Banco da Amazônia, Luiz Less, que revelou, no palco, um novo compromisso de US$ 93 milhões. O valor servirá como base para a criação de um programa inovador, projetado para atrair até US$ 740 milhões em capital catalítico para a Amazônia. A iniciativa tem como objetivo destravar investimentos de grande escala em desenvolvimento sustentável na região, direcionando recursos para projetos que protegem a biodiversidade, fortalecem as economias locais e impulsionam uma bioeconomia de base florestal — sempre com foco em beneficiar diretamente as populações que vivem na Amazônia.

Além disso, a Sol de Janeiro anunciou um compromisso de US$ 1,5 milhão, enquanto a Re:wild destinou mais US$ 1 milhão ao histórico Fundo Legado Cacique Raoni — um fundo criado para fortalecer, a longo prazo, instituições e territórios indígenas, dando continuidade ao legado histórico do Cacique Raoni, líder emblemático na defesa da Amazônia há décadas. Esse apoio permitirá ampliar o impacto do fundo em quatro terras indígenas, beneficiando cinco comunidades e protegendo mais de 6 milhões de hectares de floresta, garantindo que os verdadeiros guardiões da Amazônia tenham os recursos necessários para continuar desempenhando esse papel essencial na preservação do bioma.

E ainda tem mais: a Re:wild anunciou uma nova meta de investir pelo menos US$ 25 milhões nos próximos três anos no Forest Threats and Fire Prevention Fund, com US$ 1 milhão já garantidos. Em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o compromisso vai fortalecer as ações de prevenção a incêndios lideradas por comunidades indígenas em toda a região, com apoio a 100 brigadas de incêndio e 50 associações indígenas. A meta é ambiciosa: reduzir em 25% os incêndios florestais em relação a 2023, combatendo o avanço do fogo — que hoje já é a principal causa de perda florestal na Amazônia — por meio de monitoramento mais eficiente, reforço na fiscalização e ampliação da participação das próprias lideranças indígenas na linha de frente da conservação.

Também durante o show, o apresentador Hugo Gloss anunciou uma atualização impactante da Sounds Right, iniciativa musical global liderada pelo Museum for the United Nations (UN Live). Até o momento, 26 milhões de fãs em 181 países já ouviram as músicas do artista NATURE — um músico oficial e registrado, com direito a receber royalties pelas faixas —, gerando streams suficientes para viabilizar uma doação de US$ 400 mil para projetos de conservação liderados por comunidades e povos indígenas na Amazônia e na Bacia do Congo. Essa ação se soma ao impacto anterior da Sounds Right em apoio a iniciativas ambientais de base comunitária: em 2024, a plataforma apoiou quatro projetos que, juntos, protegeram 4.500 hectares de habitat natural e beneficiaram mais de 6.000 pessoas. No caminho para a COP30, no Brasil, a Sounds Right lançará, no dia 6 de novembro, uma nova playlist com as colaborações mais recentes de NATURE com artistas da África e da América Latina, ampliando o impacto coletivo que fãs da música podem gerar em defesa das florestas tropicais do mundo inteiro.

O festival também serviu como uma plataforma poderosa para que países reafirmassem seu compromisso com a liderança climática no cenário global, indo além do que acontecia dentro do estádio. Michael Sheldrick, cofundador e diretor de Políticas, Impacto e Relações Governamentais da Global Citizen, anunciou que a Alemanha, pendente de aprovação parlamentar, planeja contribuir com €20 milhões para o Legacy Landscapes Fund (LLF), destinados à criação de uma nova linha de financiamento voltada especificamente para comunidades indígenas e locais. O investimento alemão será direcionado diretamente a iniciativas que buscam preservar e promover o desenvolvimento equitativo de longo prazo, com foco na conservação da natureza, na resiliência climática e no fortalecimento das comunidades que mais dependem das áreas protegidas da floresta para sua subsistência.

Enquanto isso, o Reino Unido também reafirmou seu compromisso com a liderança climática, ao compartilhar uma declaração exclusiva do primeiro-ministro Keir Starmer, que elogiou a solidariedade global demonstrada por quem se mobilizou durante o festival e reforçou que o país está comprometido em avançar — e não recuar — no enfrentamento da crise climática. “É incrível ver tanta gente reunida para mostrar apoio à ação climática no Global Citizen Festival”, declarou Starmer ao público. Às vésperas de sua participação na COP30, o primeiro-ministro britânico afirmou: “Estou determinado a fazer parte da mudança urgente que precisamos ver. Por isso, estou indo ao Brasil para trabalhar junto com outros países pela revolução da energia limpa — criando empregos, reduzindo contas e garantindo a segurança energética para todos nós.”

Já a França demonstrou seu apoio e alinhamento com os valores e objetivos da campanha Protect the Amazon (PTA) por meio de uma declaração em vídeo enviada pela ministra delegada francesa, Éléonore Caroit. Em sua fala, Caroit reafirmou o compromisso da França com a proteção das florestas tropicais e bacias hidrográficas críticas ao redor do mundo, incluindo a Amazônia, a Bacia do Congo e as florestas do Sudeste Asiático. Ao relembrar o histórico de liderança climática do país, a ministra destacou que a França está no caminho certo para cumprir seu compromisso assumido na COP28, em 2023, de investir €500 milhões na proteção florestal até o fim de 2027. Caroit também ressaltou que o país segue como um dos principais apoiadores globais do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility), que promove a gestão florestal sustentável em escala mundial. “Juntos, reafirmamos a dedicação da França em apoiar as florestas tropicais, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer a solidariedade global. Obrigada a todos pelo compromisso. Vamos continuar esse trabalho essencial ao lado de vocês.”

Uma transição justa para longe dos combustíveis fósseis

Alcançar as metas climáticas globais só será possível com a aceleração de uma saída justa do carvão, do petróleo e do gás. A campanha Protect the Amazon (Proteja a Amazônia) destacou a urgência de governos, empresas e instituições financeiras assumirem compromissos concretos e com prazos definidos para abandonar a dependência dos combustíveis fósseis e investir em um futuro baseado em energia renovável — promovendo uma transformação que una justiça ambiental e justiça social. Investir em energia limpa tem o poder de transformar vidas, reduzir desigualdades, impulsionar o crescimento sustentável e garantir que a transição global para fontes renováveis aconteça de forma rápida, inclusiva e, acima de tudo, justa.

Entre os compromissos transformadores deste ano, a Energea — plataforma global de investimentos em energia renovável — anunciou um compromisso de US$ 50 milhões para levar eletricidade limpa e confiável a 20 mil famílias isoladas da Colômbia até 2030, beneficiando aproximadamente 62 mil pessoas. O projeto será implementado principalmente nas regiões de La Guajira e Sierra Nevada, onde comunidades indígenas e remotas enfrentam há décadas a ausência de energia acessível e estável. Cada família receberá um sistema solar individual de 1 kW, montado em poste, com bateria, iluminação e tomadas elétricas, permitindo estudar à noite, utilizar equipamentos essenciais e desenvolver novas atividades econômicas. Mas o acesso à energia vai muito além de acender uma lâmpada. Esses sistemas vão abrir caminho para oportunidades reais de desenvolvimento, promovendo equidade sustentável e resiliência climática. Com energia limpa, comunidades terão melhor acesso à saúde, à educação e à geração de renda, criando as bases para uma prosperidade inclusiva e duradoura.

Na sequência, a Schneider Electric, empresa global de energia e automação, anunciou a próxima fase de seu Plano de Sustentabilidade, composto por 12 eixos estratégicos, e apresentou uma meta ousada para acelerar o acesso justo à energia e promover o desenvolvimento comunitário. Entre 2026 e 2030, a companhia pretende formar 4 milhões de jovens em habilidades técnicas essenciais, capacitando uma nova geração para liderar a transição para uma economia verde. O anúncio foi feito por Arthur Wong, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade para a América do Sul, e Karolina Gutiez, gerente sênior de Assuntos Corporativos, Governamentais e Sustentabilidade para a região. Essa nova meta se soma ao compromisso contínuo da Schneider Electric de ampliar o acesso à energia limpa para 10 milhões de pessoas no mundo, contribuindo para reduzir o déficit energético em comunidades vulneráveis e impulsionar o alcance de sua meta corporativa maior: ajudar seus clientes a atingir a neutralidade de carbono de forma concreta, consolidando a posição da empresa como referência em liderança sustentável no setor privado.

Em outro anúncio importante feito por vídeo, Fumani Mthembi, cofundadora e diretora de Sustentabilidade da empresa sul-africana Pele Energy Group, revelou um novo compromisso de US$ 125 milhões voltado para transformar a vida das comunidades que abrigam os projetos de energia renovável da companhia ao redor do mundo. O investimento será direcionado a áreas como formação profissional, infraestrutura social e fortalecimento das indústrias verdes, com o objetivo de estimular economias locais prósperas e resilientes. No total, a iniciativa deve impactar diretamente a vida de 1 milhão de pessoas na África do Sul, América Central e do Sul, e em países da África Subsaariana. Esse compromisso representa a expansão dos programas comunitários já existentes da Pele Energy e também o lançamento de uma nova iniciativa na Argentina, vinculada ao projeto de energia renovável que a empresa está desenvolvendo no país. Em sua mensagem, Fumani Mthembi destacou: “Não podemos ser livres se nem todos forem livres. Por isso, temos a responsabilidade de participar da transformação da vida daqueles Global Citizens que ainda não se percebem como livres e iguais no mundo de hoje.” A declaração reforça a visão da empresa de que uma transição energética justa precisa gerar benefícios concretos para todos, sem deixar ninguém para trás.

Outra iniciativa importante para acelerar uma transição energética justa nas comunidades amazônicas foi anunciada por vídeo por Rajiv Joshi, fundador da Bridging Ventures. Ele apresentou o lançamento do Journey Fund, um novo fundo criado para conectar investidores a projetos liderados por governos e comunidades, com foco na construção de uma transição energética justa em toda a região amazônica. A iniciativa terá início na Colômbia, com um projeto piloto de US$ 10 milhões em capital comprometido, e uma meta final de US$ 200 milhões arrecadados. Esse projeto piloto levará energia solar limpa para 50 mil pessoas que vivem em comunidades remotas e isoladas da Amazônia, como Mitú e Puerto Leguízamo. Além de ampliar o acesso à energia renovável, a iniciativa também terá impacto direto na redução de emissões: estima-se que deixará de emitir 38 mil toneladas de CO₂ por ano, ao diminuir a dependência de combustíveis fósseis importados.

E o melhor de tudo? Esse modelo foi criado para ser escalável. Só na Colômbia, o projeto poderá em breve alcançar 650 mil pessoas, reduzir 2,5 milhões de toneladas de CO₂ por ano e fortalecer as economias locais. Nos próximos cinco anos, o Journey Fund pretende mobilizar mais de US$ 2 bilhões até 2030, apoiando regiões como Belém e outras partes do mundo que estão comprometidas com a transição para além do petróleo e do gás, com o respaldo do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. Como destacou Rajiv Joshi: “O Journey Fund não é apenas sobre financiamento e mitigação de riscos. É sobre justiça, cooperação e esperança. É sobre garantir que a revolução da energia limpa não deixe ninguém para trás. Convido vocês a se juntarem a esse movimento, porque a verdadeira medida do progresso não está no que extraímos da Terra, mas no que restauramos a ela — e uns aos outros.”

Apoiando comunidades na linha de frente

Erradicar a pobreza extrema e enfrentar a crise climática são desafios que andam juntos. Um dos pilares centrais da campanha Protect the Amazon (PTA) foi baseado no princípio de que os maiores emissores do mundo têm a responsabilidade de garantir que aqueles que mais sofrem com os impactos climáticos tenham os recursos necessários para se adaptar, reconstruir suas vidas e prosperar. Por isso, a campanha defendeu compromissos que garantem que os poluidores paguem pelos danos que causam, além de investimentos sustentados nas comunidades mais afetadas pelas crises ambientais crescentes.

Em um dos grandes destaques da noite, o Banco do Brasil — parceiro apresentador do festival — anunciou um novo e importante compromisso de US$ 185 milhões, que será distribuído até o final de 2026, como parte de sua estratégia mais ampla para promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica. Esse compromisso serve como base para uma meta ainda mais ambiciosa: investir US$ 1 bilhão em comunidades amazônicas e em ações de conservação até 2030.

E reforçando ainda mais como o setor financeiro pode ser um motor para o desenvolvimento sustentável e inclusivo, o Soros Economic Development Fund (SEDF) — braço de investimento de impacto da Open Society Foundations — anunciou um compromisso de US$ 35 milhões para impulsionar soluções baseadas na natureza no Brasil e na América Latina. O investimento será direcionado a projetos comunitários voltados à proteção de florestas, restauração de ecossistemas, produção sustentável de alimentos e construção de meios de vida mais resilientes, fortalecendo a capacidade das populações locais de enfrentar os impactos da crise climática. Em vídeo exibido ao público do festival, Anita Fiori, principal responsável pelos investimentos do SEDF, destacou: “Esses projetos vão beneficiar mais de 800 mil pessoas e gerar milhares de empregos. Vamos garantir o manejo sustentável de mais de 6 milhões de hectares de terra e, com isso, evitar a emissão de 5 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera.”

Entre as principais iniciativas apoiadas pelo fundo estão a SP Ventures — um fundo brasileiro de agri-tech que investe em startups fornecedoras de fertilizantes e inseticidas orgânicos — e o EcoEnterprises Fund — uma gestora de investimentos liderada por mulheres, sediada na Costa Rica, focada em apoiar negócios que criam empregos verdes e protegem biodiversidade pela América Latina. Fiori também destacou o Amazon Biodiversity Fund, que foca exclusivamente no apoio a comunidades indígenas na Amazônia brasileira. Essas iniciativas demonstram que um modelo de crescimento econômico inteligente, inclusivo e sustentável não apenas é possível — ele é necessário para garantir o futuro do planeta. “Estamos aqui para iniciar um movimento, gente. Não somos os únicos investidores nesta jornada”, disse Fiori. “Venha lutar junto com a gente. É possível fazer investimentos viáveis com o único objetivo de proteger as pessoas e o planeta.”

No palco do Global Citizen Festival: Amazônia, também ganhou destaque o compromisso do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), que anunciou um investimento de US$ 20 milhões para os próximos cinco anos — com potencial de alcançar US$ 50 milhões, mediante novas captações — para apoiar comunidades indígenas entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas na Amazônia e em outros biomas ameaçados. O anúncio foi feito em vídeo pelo diretor-geral do CIMMYT, Bram Govaerts, que explicou: “Esse compromisso vai permitir que as comunidades construam segurança alimentar mantendo as árvores de pé. E, assim, formar comunidades prósperas e promover a paz em territórios com biodiversidade e biomas protegidos.” O financiamento será direcionado ao fortalecimento dos sistemas de produção de alimentos em áreas que enfrentam os impactos diretos do aumento das temperaturas, da seca e do desmatamento — comunidades que, apesar de estarem na linha de frente da crise climática, têm sido as maiores defensoras da natureza por gerações.

O investimento será destinado a projetos que melhorem a segurança alimentar, restaurem terras degradadas e expandam meios de vida sustentáveis, sempre com base na liderança indígena. Com isso, o CIMMYT contribui para construir um futuro em que aqueles que sempre defenderam a Terra estejam no centro das soluções para garantir sua sobrevivência — e convida mais pessoas a se juntarem a essa luta. “Não existe voz fraca demais, nem voz alta demais, para que possamos nos unir e, juntos, transformar e desenhar o futuro que queremos. 2030 está logo ali. 2040, 2050 — muitos de vocês, jovens, ainda estarão vivendo neste planeta. São as vozes baixas e altas, juntas, que vão construir o mundo que queremos — o mundo que podemos, juntos, tornar realidade.”

Uma nova promessa com foco em melhorar a segurança alimentar em toda a região veio do Crop Trust. Em vídeo, a diretora de Programas, Sarada Krishnan, anunciou o lançamento de uma iniciativa de US$ 10 milhões voltada para proteger a biodiversidade, fortalecer os sistemas alimentares e impulsionar a resiliência agrícola na América Latina e na Amazônia. Esse desafio será abordado por três frentes: expansão do programa Power of Diversity, com o objetivo de preservar culturas locais e tradicionais (conhecidas como culturas de oportunidade), alimentos altamente nutritivos, resilientes às mudanças climáticas e com grande potencial econômico ainda pouco explorado; lançamento de um plano de resgate da biodiversidade de hortaliças, em parceria com o World Vegetable Center, com uma campanha para oferecer refeições nutritivas a crianças em idade escolar e promover o cultivo e consumo de alimentos tradicionais, ampliando o acesso a dietas saudáveis e diversificadas; e criação de um novo polo para a América Latina dentro de um consórcio global voltado à proteção de plantas alimentares, essenciais para os sistemas alimentares locais, fortalecendo a conservação e a soberania alimentar regional. Krishnan resumiu a importância da iniciativa com um apelo claro: “Cada assinatura, cada história compartilhada e cada pequena ação individual ajuda a proteger as sementes que garantem o nosso futuro. Participe com a gente na missão de garantir o alicerce da nossa alimentação para as próximas gerações — porque cada prato, cada agricultor e cada criança depende disso.”

Reconhecendo que as mudanças climáticas alimentam crises ambientais e emergências de saúde, o Brasil anunciou um compromisso de US$ 72 milhões com a Gavi, a Aliança para Vacinas, para ajudar a proteger crianças vulneráveis na América Latina e em outras partes do mundo contra doenças agravadas pelo aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos. Doenças como dengue, febre amarela, malária e cólera — intensificadas pelas mudanças no clima — ameaçam populações já em situação de vulnerabilidade, especialmente em regiões de baixa renda. Essa iniciativa reforça a liderança do Brasil na promoção da resiliência climática com justiça em saúde, ao apoiar a missão da Gavi de tornar as vacinas que salvam vidas acessíveis a quem mais precisa. O Brasil também aproveitou o anúncio para convidar outros países a se juntarem ao esforço global, contribuindo para a construção de um futuro mais saudável, seguro e sustentável para todos.

Em outro vídeo exibido durante o festival, Isabella Godoy, diretora de captação de recursos e relações com investidores da RISE | Life-Centered Investments, anunciou a chegada do Biomes Fund — um fundo de US$ 100 milhões que, ao longo dos próximos quatro anos, irá impulsionar empresas em fase de crescimento que desenvolvem soluções climáticas e de sustentabilidade em todo o Brasil. Até o momento, US$ 32,2 milhões já foram garantidos. O Biomes Fund será voltado a negócios que lideram a transição para a economia verde, atuando em áreas como energia renovável, agricultura sustentável, gestão de água e resíduos, economia circular, construção sustentável, entre outros setores estratégicos. Investir nessas frentes é essencial para comprovar que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem — e devem — andar juntos. Os resultados do primeiro fundo da RISE já demonstraram o potencial desse modelo: foram mais de 2 milhões de toneladas de CO₂ evitadas, 360 milhões de litros de água preservados, 1,1 milhão de toneladas de embalagens recicladas, além da ampliação do acesso à educação e crédito para mais de 13 milhões de pessoas — um impacto que o Biomes Fund pretende igualar e ampliar. Com esse novo compromisso, a RISE mostra, na prática, como o investimento privado pode ser um motor real para a ação climática, fortalecendo indústrias e comunidades sustentáveis. Como destacou Godoy: “Se você é empreendedor, conhece empresas que se encaixam nesse perfil ou é investidor, vem com a gente. Quanto mais gente construindo a solução, melhor. O capital privado é fundamental para termos um planeta habitável. Obrigada e parabéns para a Global Citizen por promover essa agenda.”

No palco do Global Citizen Festival: Amazônia, em Belém, o ministro das Cidades do Brasil, Jader Helder, anunciou uma nova e promissora iniciativa: a parceria entre o governo brasileiro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Observatório de Finanças Sustentáveis, chamado Projeto SHIFT. Esse projeto inovador tem como objetivo acelerar a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável em cidades pequenas e médias ao redor do mundo, com início no Brasil. Em vídeo apresentado durante o festival, Martin Krause, diretor da Divisão de Mudanças Climáticas do PNUMA, revelou que já foram comprometidos €20,5 milhões, que permitirão apoiar 100 governos subnacionais na implementação de soluções concretas até 2030. O objetivo final do Projeto SHIFT é aproximar comunidades locais de especialistas globais e fontes de financiamento, transformando cidades em espaços mais verdes, justos e resilientes para as próximas gerações. A iniciativa prevê investimentos em serviços essenciais, como transporte limpo e energia renovável, e busca conectar cidades menores a recursos financeiros internacionais. Até 2030, o plano é envolver 30 países, gerar empregos verdes em 100 cidades e multiplicar o financiamento climático, elevando o impacto de bilhões para trilhões nas comunidades que estão na linha de frente da crise climática.

E para encerrar, o World Resources Institute (WRI) Brasil anunciou o lançamento do Fundo Flora (Flora Fund) — uma iniciativa robusta com o objetivo de transformar a vida de quem está na linha de frente da restauração da Amazônia, desde agricultores familiares até empreendedores locais comprometidos com a recuperação de áreas degradadas. Em vídeo exibido durante o evento, a diretora-executiva interina do WRI Brasil, Mirela Sandrini, apresentou as metas do fundo e explicou que, sob a gestão da Sitawi, serão destinados US$ 10 milhões para protagonistas da restauração no estado do Pará até o fim de 2026, sendo que US$ 4,9 milhões já estão garantidos por meio de parcerias estratégicas. A expectativa é que, até 2026, o Fundo Flora recupere até 20 mil hectares de terra, beneficie mais de 10 mil pessoas e estruture uma carteira sólida de negócios locais preparados para receber investimento, fortalecendo a bioeconomia e promovendo o desenvolvimento sustentável com base florestal.

Em um forte apelo por ações, Laura Thompson, diretora-geral assistente de relações externas e corporativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), destacou a urgência de uma ação climática que também leve em conta a justiça social e a garantia de empregos de qualidade para todos.“O mundo do trabalho está na linha de frente da crise climática”, alertou Thompson, ressaltando que o aumento das temperaturas pode comprometer décadas de avanços na redução da pobreza e no desenvolvimento sustentável. “Mas ainda há esperança.” Segundo Thompson, o mundo pode escolher trilhar um caminho de transição justa, que gere novos empregos, fortaleça as sociedades e melhore os meios de subsistência. Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém ainda este mês, a OIT faz um apelo a todos os Global Citizens para que defendam uma ação climática que funcione para as pessoas, para os negócios e para o planeta.

Compromissos assumidos pela proteção da Amazônia

Nos últimos 13 anos, a Global Citizen ajudou a viabilizar mais de US$ 50 bilhões em compromissos firmados por meio de sua plataforma e eventos, impactando a vida de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo. Esses marcos mostram que, embora a missão da Global Citizen — acabar com a pobreza e proteger o planeta — seja ambiciosa, é possível conquistar avanços reais quando as pessoas se unem, agem com estratégia e exigem atitudes audaciosas dos nossos líderes.

No festival deste ano, os Global Citizens realizaram 4,4 milhões de ações pedindo que líderes mundiais, filantropos, empresas e organizações assumissem compromissos ousados para proteger a Amazônia e todas as florestas tropicais. E o resultado foi claro: mais de US$ 1 bilhão arrecadado, 31 milhões de hectares protegidos e 18 milhões de vidas impactadas. Juntas, essas promessas representam um avanço decisivo na proteção dos ecossistemas da floresta amazônica, na promoção dos direitos dos povos indígenas e na construção de bases sólidas para modos de vida sustentáveis — marcando o início de uma nova era de verdadeira liderança climática.

A Global Citizen possui um rigoroso processo de verificação e prestação de contas para garantir que todos os compromissos anunciados sejam genuinamente novos e acompanhados de planos claros e detalhados de execução. Cada compromisso é analisado, monitorado e avaliado, do início até sua implementação final, considerando o impacto mensurável e o alinhamento com os objetivos da campanha da Global Citizen.

Veja abaixo um resumo detalhado de cada compromisso assumido ao longo de um ano da campanha Protect the Amazon (Proteja a Amazônia):

A AMAZON INVESTORS COALITION (AIC), representada no palco por José Mattos, Head de Relações Corporativas da organização, anunciou um compromisso de US$ 10 milhões para mobilizar capital de outros financiadores filantrópicos e impulsionar investimentos econômicos que respeitem a floresta em toda a Amazônia. O objetivo é fortalecer negócios sustentáveis que protegem a biodiversidade e, ao mesmo tempo, aumentam a resiliência das comunidades locais, promovendo um modelo de desenvolvimento alinhado à conservação e à justiça climática.

A AXCELL, aceleradora de negócios com sede no Brasil, lançou o programa “Startup Selection Call 2025” durante o Global Citizen NOW: Amazônia, realizado em julho de 2025, em parceria com o IDESAM. Com um compromisso total de R$ 25 milhões (cerca de US$ 4,5 milhões), a iniciativa buscou incentivar startups com foco em sustentabilidade que atuam na região amazônica e desenvolvem soluções em áreas como biodiversidade, biorremediação, tecnologia verde e desenvolvimento sustentável. As empresas selecionadas passaram a contar com apoio financeiro estratégico para ampliar seu impacto e acelerar a inovação na bioeconomia amazônica.

O BANCO DA AMAZÔNIA destinou 93 milhões de dólares, servindo como base para um programa que vai catalisar até 740 milhões de dólares em investimentos para a Amazônia.

O BANCO DO BRASIL anunciou um novo compromisso de US$ 185 milhões, a serem distribuídos até o final de 2026, como parte de uma meta mais ampla de investir US$ 1 bilhão até 2030 em comunidades amazônicas e ações de conservação na região.

OMinistério da Saúde do BRASIL, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Padilha, anunciou um compromisso de US$ 72 milhões com a Gavi, a Aliança para Vacinas. A iniciativa reconhece que as mudanças climáticas não geram apenas crises ambientais, mas também intensificam ameaças à saúde pública, com o aumento de doenças agravadas por altas temperaturas e eventos climáticos extremos. Esse compromisso reforça o papel de liderança do Brasil na proteção de crianças vulneráveis, não apenas na América Latina, mas em todo o mundo — unindo saúde, justiça climática e solidariedade global.

A BRIDGING VENTURES anunciou o lançamento do Journey Fund, criado em parceria com outras organizações, com um fundo piloto de US$ 10 milhões destinado a financiar projetos de energia solar na Colômbia. A iniciativa levará energia limpa, pela primeira vez, a 50 mil pessoas em áreas remotas, evitando a emissão de cerca de 38 mil toneladas de CO₂ por ano.

E esse é apenas o começo: o plano é expandir o fundo para US$ 200 milhões, com o objetivo de beneficiar 650 mil pessoas e reduzir 2,5 milhões de toneladas de emissões anuais, impulsionando o acesso à energia sustentável em países comprometidos com o abandono dos combustíveis fósseis e que apoiam o Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis.

A CROP TRUST destinou US$ 10 milhões para ampliar a diversidade agrícola e fortalecer a segurança alimentar em toda a Amazônia e América Latina. O programa tem como foco acelerar a conservação da biodiversidade agrícola, promover práticas regenerativas e sustentáveis no campo, e reforçar os sistemas alimentares das comunidades que já enfrentam os efeitos das mudanças climáticas. O objetivo é garantir segurança alimentar de longo prazo e apoiar os meios de vida locais, criando soluções resilientes que beneficiem tanto as pessoas quanto o planeta.

O CENTRO INTERNACIONAL DE MELHORAMENTO DE MILHO E TRIGO (CIMMYT) comprometeu-se a investir ao menos US$ 20 milhões — com possibilidade de ampliação para até US$ 50 milhões — na construção de sistemas alimentares resilientes para comunidades indígenas e rurais em toda a Amazônia. O foco principal da iniciativa é beneficiar 300 mil pessoas por meio da agricultura sustentável e da segurança alimentar, promovendo meios de vida mais estáveis e adaptados às mudanças climáticas.

A ENERGEA anunciou um compromisso de US$ 50 milhões para os próximos cinco anos com o objetivo de levar energia limpa e confiável a 20 mil famílias sem acesso à rede elétrica na Colômbia até 2030, impactando diretamente a vida de mais de 60 mil pessoas. Por meio da expansão da infraestrutura de energia renovável em áreas rurais, a iniciativa busca garantir acesso justo e inclusivo à energia para comunidades historicamente negligenciadas, ao mesmo tempo em que contribui para acelerar a transição energética justa e sustentável em nível regional.

A EVERLAND reforçou seu compromisso anunciado em setembro ao divulgar a captação de mais US$ 25 milhões para apoiar mais de 20 projetos de conservação florestal voltados para populações indígenas na Amazônia. Com esse novo aporte, a organização já garantiu um total de mais de US$ 160 milhões para financiamento de longo prazo dessas iniciativas. Esse investimento histórico irá fortalecer projetos liderados pelas próprias comunidades locais, que atuam na proteção de um dos ecossistemas mais essenciais do planeta, ao mesmo tempo em que valorizam e capacitam os povos indígenas e tradicionais, verdadeiros guardiões da floresta. Ao assegurar recursos previsíveis e sustentáveis, o compromisso contribui diretamente para a proteção da biodiversidade, o reforço da resiliência climática e a defesa dos direitos das comunidades que vivem e cuidam da Amazônia.

A FUTURE CLIMATE e a COMERC ENERGIA anunciaram o compromisso de compensar integralmente a pegada de carbono do Global Citizen Festival: Amazônia, por meio da aquisição de créditos de carbono. A Comerc Energia comprometeu-se com a compensação de 11 mil toneladas de CO₂, enquanto a Future Climate contribuiu com aproximadamente 4 mil toneladas. Juntas, essas ações garantiram que o festival se tornasse o mais sustentável já realizado na região amazônica, reforçando o compromisso com eventos climáticos e ambientalmente responsáveis.

A ALEMANHA, mediante aprovação do parlamento, anunciou uma contribuição de € 20 milhões em novos recursos para o Legacy Landscapes Fund (LLF). O investimento visa fortalecer iniciativas de conservação em áreas protegidas e garantir que as comunidades que atuam na linha de frente da preservação da biodiversidade tenham os recursos necessários para continuar liderando esses esforços essenciais.

O BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID) anunciou um compromisso de US$ 100 milhões durante o Global Citizen NOW: Impact Sessions, por meio do programa Amazonia Forever. Desse total, US$ 25 milhões serão investidos em programas e projetos voltados ao fortalecimento de comunidades indígenas, afrodescendentes e ribeirinhas, principalmente por meio de bioeconomia e iniciativas de adaptação climática. Os US$ 75 milhões restantes serão direcionados ao Fundo de Segurança Hídrica do BID, com o objetivo de aumentar a segurança e a resiliência hídrica nas comunidades mais pobres da Amazônia. Como afirmou o presidente Ilan Goldfajn no anúncio: “É hora de transformar discurso em ação.”

A JAGUAR RIVERS INITIATIVE foi lançada pela Rewilding Argentina e pela Onçafari, com um investimento de US$ 26 milhões, durante o Global Citizen Festival em Nova Iorque. O projeto tem como objetivo proteger, restaurar e reconectar ecossistemas ao longo da Bacia do Rio Paraná, abrangendo ações de conservação em quatro países sul-americanos. Entre os destaques da iniciativa estão: a proteção permanente da Reserva Santa Tereza, no Brasil, com 66 mil hectares; a restauração ecológica e o desenvolvimento comunitário no Parque Iberá, na Argentina, que abrange 750 mil hectares; e o fortalecimento da proteção ambiental e do engajamento comunitário no Pantanal, no Chaco e nas florestas nubladas da Bolívia. 

O primeiro-ministro da NORUEGA, Jonas Gahr Støre, anunciou um compromisso de US$ 60 milhões ao Fundo Amazônia do Brasil durante o Global Citizen NOW: Rio de Janeiro, reforçando o apoio do país aos esforços do Brasil para reduzir e frear o desmatamento na floresta amazônica. “Preservar a Amazônia é uma das medidas mais importantes do mundo para enfrentar os impactos das mudanças climáticas,” destacou o primeiro-ministro, explicando por que a Noruega decidiu ampliar seu apoio a um bioma localizado do outro lado do planeta.

A PELE ENERGY GROUP anunciou a expansão do seu Programa Community Pele, com um aporte adicional de US$ 125 milhões, para promover o desenvolvimento econômico local nas regiões onde a empresa atua. O investimento será direcionado a capacitação profissional, infraestrutura social e indústrias verdes, com o objetivo de impulsionar uma transição energética justa e inclusiva. A iniciativa prevê beneficiar 1 milhão de pessoas na África do Sul, América Central, América do Sul e na África Subsaariana, fortalecendo comunidades que estão na linha de frente da transição para um futuro de energia limpa.

A RE:WILD anunciou um compromisso de US$ 1 milhão com o Forest Threats & Fire Prevention Fund, fundo dedicado a proteger a Amazônia das crescentes ameaças causadas pelos incêndios florestais, por meio de monitoramento aprimorado e manejo liderado por povos indígenas. A iniciativa, realizada em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), tem como meta levantar US$ 25 milhões nos próximos três anos. Os recursos apoiarão a atuação de 100 brigadas indígenas de combate ao fogo e 50 associações indígenas em nove estados da Amazônia brasileira, reforçando a capacidade local de prevenção e resposta. 

Além disso, a Re:wild anunciou um aporte adicional de US$ 1 milhão para o Fundo Legado Cacique Raoni, iniciativa que visa perpetuar o legado de liderança do Cacique Raoni Metuktire, por meio do fortalecimento das instituições indígenas e da sustentabilidade dos territórios amazônicos.

A cidade do RIO DE JANEIRO, em parceria com a Global Citizen, a Re:wild e diversos parceiros locais, anunciou durante o Global Citizen Festival em Nova Iorque o lançamento da Rio Nature & Climate Week — uma iniciativa de cinco anos que busca colocar o Sul Global no centro da agenda climática mundial. O primeiro encontro está marcado para 1 a 6 de junho de 2026, reunindo lideranças de governos, sociedade civil, setor privado e comunidades locais para debater e enfrentar coletivamente os desafios interconectados das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade. A Rio Nature & Climate Week se propõe a ser uma nova plataforma global de diálogo, cooperação e ação concreta, com foco em soluções inclusivas, equitativas e lideradas por quem está na linha de frente da crise climática.

A RISE | LIFE-CENTERED INVESTMENTS anunciou o lançamento do Biomes Fund, um fundo de investimento de US$ 100 milhões — dos quais US$ 32,2 milhões já estão garantidos — voltado a impulsionar empresas em estágio de crescimento que desenvolvem soluções inovadoras para o planeta, com início das operações no Brasil. O Biomes Fund será direcionado a negócios com impacto positivo direto na restauração da biodiversidade e no fortalecimento da economia verde, com foco em setores como: energia renovável, agricultura sustentável, gestão de água e resíduos, modelos de economia circular, e materiais de construção ecológicos.

A SCHNEIDER ELECTRIC revelou a próxima fase de seu Plano de Impacto Sustentável, estruturado em 12 etapas, durante o Global Citizen Festival: Amazônia. A nova fase guiará a estratégia global da empresa até 2030, com foco em educação, inclusão energética e descarbonização. A partir de 2026, a empresa se compromete a: capacitar 4 milhões de jovens em tecnologias limpas e habilidades em energias renováveis, fornecer acesso à energia limpa para 10 milhões de pessoas em comunidades vulneráveis, alcançar a neutralidade de carbono em suas operações, e ajudar seus clientes a acelerar seus processos de descarbonização.

A SOL DE JANEIRO anunciou uma doação de US$ 1,5 milhão para o Fundo Legado Cacique Raoni, iniciativa dedicada a fortalecer a atuação e perpetuar o legado do Cacique Raoni Metuktire, uma das mais reconhecidas lideranças indígenas do Brasil e símbolo global da defesa da floresta. Esse aporte será destinado a: apoiar quatro territórios indígenas, beneficiar diretamente cinco comunidades, e proteger mais de 6 milhões de hectares de floresta amazônica.

O SOROS ECONOMIC DEVELOPMENT FUND (SEDF), braço de investimentos de impacto da Open Society Foundations, anunciou a ampliação de seu portfólio de soluções baseadas na natureza, com um compromisso de US$ 35 milhões a serem investidos no Brasil e na América Latina. Esse aporte tem como objetivo: proteger diretamente 6 milhões de hectares de floresta, evitar a emissão de 5 milhões de toneladas de CO₂, gerar 7.000 empregos verdes, e melhorar a vida de mais de 800 mil pessoas.

A SOUNDS RIGHT anunciou um compromisso de US$ 400 mil por meio do seu Sounds Right Fund, administrado pela organização EarthPercent, para apoiar projetos de conservação liderados por povos indígenas e comunidades locais na Amazônia e na Bacia do Congo. O financiamento foi viabilizado a partir dos royalties gerados pelo artista NATURE, o primeiro músico registrado como representante da natureza, e será direcionado com o apoio de um painel independente composto por lideranças indígenas, cientistas e especialistas ambientais. Esse novo aporte dá continuidade ao impacto gerado pela Sounds Right em 2024, quando: 4 projetos de conservação foram apoiados, 4.500 hectares de habitats naturais foram protegidos, e mais de 6.000 pessoas foram beneficiadas diretamente.

A STASHRUN anunciou uma nova parceria estratégica com a Re:wild, a Sound Future e a Global Citizen, unindo a expertise de cada organização para potencializar o poder dos eventos ao vivo, da tecnologia e da ação direta em prol do meio ambiente. Por meio da plataforma gamificada da Stashrun, fãs de eventos ao redor do mundo poderão participar ativamente de uma experiência interativa que libera recursos reais para apoiar os esforços de conservação e projetos de agrofloresta da Re:wild no estado do Pará.

O SURINAME anunciou um compromisso histórico de conservar permanentemente 90% de sua cobertura florestal — uma das mais altas do mundo — e de adotar, até o final de 2025, a Lei de Gestão Sustentável da Natureza, fortalecendo o arcabouço legal para a proteção de seus ecossistemas únicos. Durante o Global Citizen NOW: Impact Sessions, a presidente Jennifer Geerlings-Simons destacou: “Temos 90% de cobertura florestal — queremos manter assim.” Para apoiar essa meta ambiciosa, uma coalizão de filantropias internacionais — composta por Rainforest Trust, Re:wild, Andes Amazon Fund, Liz Claiborne Foundation e Art Into Acres — comprometeu-se com um aporte de US$ 20 milhões, destinados à criação e gestão de áreas protegidas, contribuindo para a preservação de cerca de 14 milhões de hectares de floresta tropical.

A THISTLEROCK MEAD COMPANY, em parceria com a Global Citizen e a Re:wild, assumiu um compromisso ousado: proteger 1 milhão de acres da Amazônia até 2027, mobilizar 5 milhões de ações cidadãs em defesa das abelhas e polinizadores, e gerar US$ 10 milhões em recursos para conservação ambiental. Com a sustentabilidade incorporada em todas as etapas de sua operação, a empresa reforça que os negócios podem — e devem — ser aliados na regeneração do planeta. Durante o Global Citizen NOW: Impact Sessions, o CEO John Kluge destacou: "Se conseguimos pensar nosso negócio e nossas operações de um jeito diferente, qualquer um consegue. Se a gente fez, outras grandes empresas também podem fazer. Portanto, cobrem delas para que entrem nessa luta e façam acontecer."

O primeiro-ministro do REINO UNIDO, Keir Starmer, participou do Global Citizen Festival: Amazônia com uma mensagem direta sobre os desafios e responsabilidades globais diante da próxima COP30, que será realizada em Belém. “A gente não pode — e não vai — ficar parado esperando para agir frente à crise climática. Por isso, o Reino Unido está avançando, não recuando, no cenário mundial — liderando a revolução das energias limpas e garantindo o futuro do nosso planeta.”

O PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE (PNUMA), em parceria com O MINISTÉRIO DAS CIDADES DO BRASIL e o OBSERVATÓRIO DE FINANÇAS SUSTENTÁVEIS, anunciou um compromisso de US$ 23,8 milhões para lançar o Projeto SHIFT — uma iniciativa inovadora que pretende revolucionar o financiamento e a implementação de infraestrutura sustentável em cidades pequenas e médias ao redor do mundo. O SHIFT tem como objetivo conectar governos locais a especialistas globais e investidores, facilitando o acesso a recursos para projetos urbanos que promovam resiliência climática, inclusão social e desenvolvimento sustentável. Até 2030, a meta do projeto é: engajar 30 países, criar empregos verdes em 100 cidades, e posicionar o Brasil como país-líder na implementação dessa transformação urbana.

O WRI BRASIL e a SITAWI confirmaram um investimento de US$ 10 milhões por meio da nova iniciativa Fundo Flora, com foco no fortalecimento de profissionais da restauração ecológica e no apoio a projetos no estado do Pará até 2026. Do total previsto, US$ 4,9 milhões já foram assegurados por meio de parcerias estratégicas. Até o final de 2026, o Fundo Flora tem como metas: restaurar até 20 mil hectares de áreas degradadas, plantar até 7,7 milhões de árvores nativas, e beneficiar diretamente mais de 10 mil pessoas, estimulando o crescimento de uma economia da restauração na Amazônia e promovendo meios de vida sustentáveis para comunidades locais.

O festival mais sustentável já realizado na Amazônia

O Global Citizen Festival: Amazônia estabeleceu um marco histórico para eventos ao vivo com consciência ambiental, tornando-se o festival de música mais sustentável já realizado na região amazônica. Reflexo direto dos valores que guiaram toda a campanha Proteja a Amazônia (PTA), cada detalhe do evento foi cuidadosamente planejado para reduzir ao máximo sua pegada ecológica e servir de modelo para práticas sustentáveis em eventos culturais de grande porte no futuro.

Para começar, o festival foi inteiramente abastecido por sistemas de baterias, biocombustíveis livres de petróleo e gás, e energia solar captada diretamente do telhado do Estádio Mangueirão — uma demonstração clara do potencial transformador das tecnologias de energia renovável, especialmente em uma das regiões mais críticas do planeta em termos climáticos. Para reduzir ainda mais o impacto ambiental, a produção do festival contou majoritariamente com uma equipe local, utilizando apenas materiais e equipamentos da própria região. Isso não só evitou emissões desnecessárias geradas por transporte aéreo ou envio de cargas, como também reforçou o vínculo com a comunidade amazônica, valorizando os recursos e talentos locais.

O próprio local do evento respirava sustentabilidade em cada detalhe. O palco foi construído com bambu de baixo impacto ambiental, e os participantes contaram com estações de reciclagem e compostagem, embalagens sustentáveis para alimentos e ausência total de plásticos descartáveis. Todas essas ações foram desenvolvidas em parceria com a equipe de Operações de Sustentabilidade da Rock World. Um ponto essencial: toda a pegada de carbono do festival foi compensada, graças a doações da Comerc Energia e da Future Climate, cobrindo todas as emissões geradas ao longo da noite. A medição de resíduos e emissões de carbono foi feita de forma independente e será verificada por especialistas como a Hope Solutions e a Showpower, que irão elaborar relatórios completos sobre o impacto em gases de efeito estufa e consumo energético após o evento.

Esses esforços transformaram o Global Citizen Festival: Amazônia não apenas em uma celebração das conquistas da campanha Protect the Amazon (Proteja a Amazônia), mas também em uma prova concreta de que a sustentabilidade é viável — e funciona. O festival mostrou, na prática, que é possível proteger o planeta sem abrir mão de reunir pessoas, celebrar a cultura e promover mudanças reais.

O próximo passo para proteger o nosso planeta

À medida que o mundo se volta para os próximos marcos da agenda climática global, a Rio Nature & Climate Week, que acontece de 1º a 6 de junho de 2026, no Rio de Janeiro, se destaca como uma das principais iniciativas no horizonte. Anunciado durante o Global Citizen Festival em Nova Iorque, em setembro de 2025, o evento marca uma parceria histórica de cinco anos entre a Prefeitura do Rio de Janeiro, a Global Citizen, a Re:wild e parceiros locais — reunindo lideranças de diferentes setores para promover soluções baseadas na natureza e posicionar o Sul Global como protagonista da ação climática. Inspirada no legado da cidade como sede da Eco-92, que deu origem às convenções das Nações Unidas sobre clima e biodiversidade, a Rio Nature & Climate Week reafirma o papel central do Rio na construção de um futuro sustentável para o planeta — levando adiante o espírito da campanha Proteja a Amazônia e abrindo caminho para uma nova era de cooperação global.

O Global Citizen Festival: Amazônia se consolida como um exemplo poderoso do que é possível realizar quando governos, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos se unem em defesa do planeta. Juntos, os Global Citizens ajudaram a mobilizar US$ 1 bilhão para proteger a Amazônia — recursos que vão fortalecer comunidades locais e indígenas, preservar ecossistemas e aumentar a resistência contra o desmatamento ilegal e a mineração predatória.

Mas o trabalho está longe de terminar. Às vésperas da COP30 em Belém, a Global Citizen está convocando os governos — especialmente Reino Unido, Alemanha e França — a se comprometerem com novos mecanismos de financiamento inovadores e a reforçarem seus planos climáticos nacionais para corresponder à urgência do momento, transformando promessas globais em proteção real para o futuro do planeta. Para além da Amazônia, a Global Citizen já se prepara para o próximo passo na luta por justiça climática e por uma transição energética justa: o Global Citizen NOW: Joanesburgo, que acontecerá paralelamente à próxima cúpula do G20. Esse encontro será um marco da campanha Scaling Up Renewables in Africa (SURA), que tem como meta triplicar a capacidade de energia renovável no continente até 2030. Em parceria com a Comissão Europeia e o governo da África do Sul, a campanha pede novos investimentos públicos e privados para acelerar projetos de energia limpa e combater a pobreza energética em toda a África — contribuindo diretamente com a Mission 300 do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento. Cadastre-se aqui para saber como você pode fazer parte desse movimento.

Enquanto a Global Citizen segue impulsionando ações coletivas para acabar com a pobreza extrema e proteger o planeta, nossa missão permanece clara: criar um mundo onde cada voz importa e nos aproxima de um futuro mais justo e sustentável para todos. Desde a nossa fundação, mais de US$ 50 bilhões em compromissos firmados por meio das plataformas da Global Citizen já foram mobilizados, impactando 1,3 bilhão de vidas — uma prova concreta de que quando os cidadãos agem, os líderes respondem. Junte-se ao movimento em globalcitizen.org, baixe o aplicativo da Global Citizen e siga a gente no TikTok, Instagram, YouTube, Facebook, X e LinkedIn

Juntos, podemos garantir que a história da Amazônia — e do nosso futuro comum — continue sendo uma história de resistência e esperança.

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Por Victoria MacKinnon