Nas profundezas da América do Sul, encontra-se a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do planeta, que se estende por nove países: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Ela ocupa impressionantes 6,7 milhões de quilômetros quadrados — mais que o dobro do tamanho da Índia. A Floresta Amazônica desempenha um papel crucial na regulação do clima global e na manutenção da biodiversidade, pois abriga inúmeras espécies únicas de plantas e animais, muitas das quais não existem em nenhum outro lugar do planeta.
A Floresta Amazônica é frequentemente chamada de “os pulmões da Terra”. Esse apelido reflete seu papel vital no combate às mudanças climáticas, absorvendo dióxido de carbono e liberando oxigênio. A floresta armazena impressionantes 150 a 200 bilhões de toneladas de CO₂, servindo como um sumidouro vital de carbono. Por meio da fotossíntese, a imensa quantidade de árvores e vegetação da Amazônia absorve o dióxido de carbono da atmosfera para gerar energia, armazenando-o em suas raízes, galhos, folhas e troncos. Esse processo não apenas remove o dióxido de carbono do ar, como também ajuda a estabilizar o clima da Terra ao reduzir o efeito estufa.
Mas a Amazônia não está sozinha; a Bacia do Congo, a segunda maior floresta tropical do mundo, absorve 1,5 bilhão de toneladas de CO₂ por ano. Juntas, essas florestas tropicais são essenciais para a saúde do nosso planeta. Proteger as florestas tropicais do mundo é fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos da Terra.
A Floresta Amazônica enfrenta diversas ameaças críticas, em grande parte provocadas pela ação humana, como o desmatamento, a agricultura, a mineração, a pecuária, os incêndios e as mudanças climáticas causadas por atividades humanas.
Vamos detalhar cada uma dessas ameaças e seu impacto na floresta em números.
20% da Floresta Amazônica Já Foi Destruída Pelo Desmatamento.
Estima-se que, nos últimos 50 anos, cerca de 20% da Floresta Amazônica tenha desaparecido devido ao desmatamento, causado principalmente pela agricultura comercial, extração de madeira, mineração e pecuária.
800 Milhões de Árvores Foram Perdidas na Floresta Amazônica por Causa da Pecuária.
A pecuária é a principal causa do desmatamento. Mais de 800 milhões de árvores foram derrubadas na Floresta Amazônica em apenas seis anos, impulsionadas principalmente pela necessidade de abrir espaço para a criação de gado para sustentar a exportação global de carne bovina. O desmatamento causado pela pecuária libera impressionantes 340 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera por ano, o equivalente a 3,4% das emissões globais atuais.
A Floresta Amazônica está Sofrendo Mais Queimadas.
Os incêndios florestais são outra grande preocupação: somente em 2024, mais de 62 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica (uma área maior do que a Costa Rica) foram queimados. Essas queimadas liberam enormes quantidades de dióxido de carbono armazenado de volta para a atmosfera, destruindo ecossistemas da floresta, enquanto a fumaça afeta a qualidade do ar e a saúde humana.
A maioria dos incêndios na Amazônia é provocada por humanos, especialmente porque a alta umidade e os níveis de chuva tornam os incêndios naturais raros. Frequentemente, são provocados intencionalmente para desmatar áreas destinadas à produção de carne bovina e outras atividades agrícolas. Esse ciclo de destruição, agravado pelo aquecimento global e por eventos climáticos extremos como as secas associadas às mudanças climáticas, coloca em risco o equilíbrio do clima úmido da floresta, que pode se transformar em um ambiente quente e seco semelhante ao de uma savana, ainda mais vulnerável às queimadas.
Está Prejudicando as Florestas, Rios e a Biodiversidade da Amazônia.
Não é de se surpreender que a mineração ilegal contribua significativamente para o desmatamento e a poluição na Floresta Amazônica, colocando em risco a saúde da vida selvagem e das comunidades indígenas. As minas desmatam grandes áreas da floresta para extrair minerais valiosos como cobre, estanho, níquel, alumínio e ouro.
Esse processo também contamina os rios com substâncias químicas tóxicas, como o mercúrio, ameaçando todas as formas de vida que dependem desses recursos hídricos. Essa contaminação pode se intensificar ao longo da cadeia alimentar, afetando peixes, animais e seres humanos, o que leva à degradação ambiental e à perda de biodiversidade.
O Que Significará se Perdemos a Floresta Amazônica?
Coletivamente, todas essas ameaças à Floresta Amazônica afetam sua capacidade de absorver dióxido de carbono. Nos últimos anos, a floresta tem liberado mais dióxido de carbono do que absorve, com uma estimativa de 1 bilhão de toneladas de CO₂ sendo liberadas anualmente.
Em outras palavras, estamos perdendo nossa principal barreira contra as mudanças climáticas. A destruição da Amazônia pode liberar bilhões de toneladas de dióxido de carbono, intensificar eventos climáticos extremos como secas e enchentes, ameaçar o abastecimento global de alimentos e causar uma perda significativa de biodiversidade.
Mais de 40 milhões de pessoas, incluindo 2,2 milhões de indígenas, chamam a Amazônia de casa e dependem dos recursos da floresta para sua subsistência. A perda da floresta deslocaria milhões de pessoas, forçando muitas a buscar refúgio em cidades desconhecidas em busca de trabalho e moradia.
Se não houver ação imediata, cientistas estimam que até 2050 metade da floresta poderá atingir um “ponto de não retorno”. Esse ponto de não retorno ocorre quando uma série de pequenas mudanças provoca uma grande transformação em um sistema.
No caso da Amazônia, o ponto de não retorno representa um limite crítico em que o ecossistema começa a se degradar, resultando na perda em massa de árvores e na transformação da floresta de um clima tropical para uma condição de savana seca. Se esse ponto de não retorno for alcançado, pode desencadear o colapso da floresta, comprometendo sua capacidade de se recuperar de danos causados por mudanças climáticas, secas, incêndios e desmatamento.
O Que Está Sendo Feito para Proteger a Amazônia?
Mesmo diante das ameaças constantes, a restauração da maior floresta tropical do mundo é possível com apoio coletivo. Diversas organizações e pessoas estão comprometidas com a proteção da Amazônia por meio de métodos sustentáveis, como iniciativas de conservação e esforços educativos.
Taxas de Desmatamento na Amazônia no Brasil Chegam ao Nível Mais Baixo em Nove Anos
Impulsionadas pela liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as taxas de desmatamento no Brasil, país que abriga cerca de 60% da Floresta Amazônica, caíram mais de 30% em comparação com 2023, atingindo o menor nível dos últimos nove anos.
Desde que assumiu o cargo em 2023, o presidente Lula se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030. Sua administração tem implementado regulamentações ambientais, fortalecido a fiscalização contra atividades ilegais na floresta e reativado o Fundo Amazônia, uma iniciativa voltada à proteção da floresta.
O sucesso de Lula na redução do desmatamento não é novidade, já que ele conseguiu uma redução de 75% durante seu mandato anterior de 2003 a 2011. Agora, em seu terceiro mandato, as taxas estão caindo mais uma vez.
Além disso, as comunidades indígenas estão na linha de frente com soluções inovadoras e conhecimentos tradicionais, também conhecidos como ciência indígena, para proteger a floresta. Políticas internacionais de líderes mundiais também foram criadas para lutar pelo futuro da floresta amazônica, como o compromisso firmado por mais de 100 chefes de Estado na COP26 de interromper o desmatamento e reverter a degradação do solo até 2030.
O Que Você Pode Fazer?
Participe da campanha Proteja a Amazônia da Global Citizen para defender a proteção deste ecossistema insubstituível. A campanha está mobilizando governos, empresas e indivíduos para que arrecadem $1 bilhão para proteger e restaurar a floresta, apoiando iniciativas indígenas e locais para salvaguardar estes ecossistemas vitais. A campanha também serve como um apelo pelo fim do desmatamento na Floresta Amazônica até 2030. Juntos, podemos causar um impacto significativo e garantir um futuro sustentável para os pulmões do planeta.