Em um canto remoto da Floresta Amazônica, uma mãe observa o rio recuar. A mesma água que outrora nutria as colheitas de sua família e saciava sua sede, agora está perigosamente baixa - resultado de uma combinação de seca e desmatamento. Sua história não é única. Do Brasil ao Sahel e em pequenos Estados insulares, famílias enfrentam as duras e cotidianas realidades de uma crise que não causaram.
As comunidades mais atingidas pelas mudanças climáticas foram as que menos contribuíram para a crise. Chegou a hora hora dos grandes poluidores - especialmente os países ricos e as indústrias - fornecerem os recursos de que essas comunidades na linha de frente precisam para não apenas sobreviver, mas também se adaptar e prosperar.
Há esperança: a COP30, realizada em novembro na Amazônia, joga luz sobre estas comunidades vulneráveis. É a nossa chance de mudar o rumo e encarar de frente a crise climática.
Por que a Global Citizen lançou a campanha "Proteja a Amazônia"
Em novembro de 2025, Belém, Brasil - às margens da Amazônia -, sediará a COP30, a cúpula anual sobre o clima das Nações Unidas. É uma rara chance para os líderes ficarem frente a frente com a floresta que prometeram proteger.
A COP30 também é simbólica, ocorrendo dez anos após o Acordo de Paris, no qual as nações se comprometeram a reduzir as emissões e ajudar os países vulneráveis a se adaptarem.
Mas uma década depois, ainda estamos muito abaixo do prometido. As emissões estão aumentando, as florestas estão diminuindo e a meta crítica de 1,5°C está ficando cada vez mais longe.
A COP30 oferece uma poderosa oportunidade para mudar de rumo.
Para aproveitar o momento, a Global Citizen lançou a campanha Proteja a Amazon - uma campanha global para pressionar governos, corporações e instituições financeiras antes da COP30. Estamos utilizando grandes momentos culturais, convenções políticas e mobilização liderada por cidadãos para aumentar a pressão por compromissos climáticos - de governos, instituições financeiras e empresas.
Esse esforço culminará no Festival Global Citizen: Amazonia, um inovador concerto em Belém durante a COP30 que usará a cultura para destacar a Amazônia e inspirar milhões a agir. Também será um dos eventos de grande escala mais sustentáveis já realizados na América do Sul.
O que estamos pedindo
A COP30 deve fornecer suporte real. Estamos cobrando que os países ricos se comprometam com ousadia para financiar a adaptação climática - ajudando as comunidades a garantir alimentos, água limpa, casas mais seguras e força para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. As comunidades locais na linha de frente das mudanças climáticas já estão se adaptando a esta nova realidade, mas precisam de meios de implementação para colocar essa adaptação em prática.
Também precisamos de mais financiamento para perdas e danos para ajudar as pessoas a se recuperarem de desastres, incluindo compensação para casas, terras de cultivo e meios de subsistência que são perdidos apesar dos esforços de mitigação e adaptação que as comunidades e países estão implementando.
Essas promessas devem ser refletidas nos compromissos dos países e em planos climáticos e de desenvolvimento ambiciosos e integrados, com metas, cronogramas e recursos claros para alcançar realmente quem está na linha de frente. Isso inclui comunidades vulneráveis, pequenos agricultores, famílias costeiras e povos indígenas na Amazônia, que já estão se adaptando a extremos climáticos com meios limitados.
O que os Global Citizens podem fazer?
Hoje, a Floresta Amazônica está à beira do colapso, principalmente devido à mudança climática e às atividades humanas relacionadas à agricultura em grande escala. As comunidades na linha de frente estão sofrendo os impactos mais duros - de inundações mortais e secas a falta de alimentos e água não segura. Enquanto isso, o acesso à energia renovável permanece inatingível para milhões. A situação não poderia ser mais crítica.
A COP30 deve ser o momento em que iremos mudar a maré.
Como Global Citizens, cada um de nós tem poder. Podemos erguer nossas vozes para exigir justiça climática. Podemos aplicar pressão onde é mais necessário - em governos, empresas e instituições financeiras - para que cumpram suas promessas. E podemos nos solidarizar com as comunidades que vivem com os efeitos imediatos e devastadores das mudanças climáticas.
Não se trata apenas de proteger a Floresta Amazônica. Trata-se de garantir segurança alimentar para milhões, ar limpo e água segura e preservar um planeta habitável para nossos filhos e as gerações futuras.
Já conhecemos o problema. Temos soluções comprovadas - desde energia limpa até agricultura resiliente, da proteção dos direitos e terras indígenas ao financiamento justo do clima. O que precisamos agora é da vontade política para agir.
Acabar com a extrema pobreza exige que os maiores emissores do mundo apoiem as comunidades mais atingidas. É por isso que estamos fazendo campanha para garantir que aqueles que estão na linha de frente das mudanças climáticas recebam os recursos financeiros de que precisam para se adaptar e prosperar - e que os poluidores paguem pelos danos que causam.
Ao apoiar comunidades vulneráveis e agir hoje, podemos ajudar a construir um amanhã mais seguro e justo - antes que seja tarde demais.